foto obtida aqui
Transparências flutuantes, medusas fantasmas em busca de côr.
Um mar de outra voz, ondulação de desejos.
Terra que chora, palpitações de núcleos.
Fumaças estáticas desprendem-se dos lábios.
Tudo unido numa harmonia geral.
Numa conjugação de factores na criação dos factos.
O cair das pálpebras na procura de uma fotografia mais real.
O nascer de uma forma palpável.
Transformação de uma ideia abstracta num sentimento de tijolos e cimento.
Como corpos físicos a desafiar a gravidade.
Sem asas, sem propulsores.
Como transparências flutuantes, medusas.
O canto arrepiante das aves.
O grito agudo das águias.
Um esgar que nasce no fundo da garganta.
Um abrir de braços em pleno vazio.
Tentativa frustada de agarrar o que não se vê.
Distúrbio nas canções que cantam nos peitos.
A suplicação a entidades que nunca respondem.
Encostar cansado das mentes nas janelas.
Vibrações nas ondas eletromagnéticas.
A propagação no coração.
Comunicação telepática, de mundos que se amam.
A paz numa lente dirigida ao céu.
Um raio incorpóreo em busca da verticalidade.
Sem limites, estratosfera.
Como transparências flutuantes, medusas.
Tudo é tanto, tudo é belo.
Como tu no meu mundo.
Fazendo-me Viver.
A ti, Shu. *08