Wednesday, 13 August 2008

Criogenia

>foto obtida aqui


Um dia, apenas...
E abrem-se perspectivas de silêncios,
começam os kilómetros a consumir sentimentos.
Ou talvez seja exactamente o contrário.
Neva na noite, nevou ontem,
esfria-se a terra.
Tremores, arrepios.
Dói, calares-te.
Tu e tu e tu.
Circunstâncias,
queria ter voz e matar,
queria gritar e berrar,
inspirar tua mágoa,
beber-te e consumir-te.
Um dia, apenas,
bastou pra me deixar mais só.
Tempo, voa, traz-me o amanhã...
Venda-me o olhar,
press pause,
hold still,
stop all the clocks,
venda-me o olhar.
Volta. Volta. Volta.
Tremores, arrepios.
Dói, calares-te.
Tu e tu e tu.



*08

Sunday, 3 August 2008

Transparências Flutuantes

foto obtida aqui


Transparências flutuantes, medusas fantasmas em busca de côr.
Um mar de outra voz, ondulação de desejos.
Terra que chora, palpitações de núcleos.
Fumaças estáticas desprendem-se dos lábios.
Tudo unido numa harmonia geral.
Numa conjugação de factores na criação dos factos.
O cair das pálpebras na procura de uma fotografia mais real.
O nascer de uma forma palpável.
Transformação de uma ideia abstracta num sentimento de tijolos e cimento.
Como corpos físicos a desafiar a gravidade.
Sem asas, sem propulsores.
Como transparências flutuantes, medusas.
O canto arrepiante das aves.
O grito agudo das águias.
Um esgar que nasce no fundo da garganta.
Um abrir de braços em pleno vazio.
Tentativa frustada de agarrar o que não se vê.
Distúrbio nas canções que cantam nos peitos.
A suplicação a entidades que nunca respondem.
Encostar cansado das mentes nas janelas.
Vibrações nas ondas eletromagnéticas.
A propagação no coração.
Comunicação telepática, de mundos que se amam.
A paz numa lente dirigida ao céu.
Um raio incorpóreo em busca da verticalidade.
Sem limites, estratosfera.
Como transparências flutuantes, medusas.
Tudo é tanto, tudo é belo.
Como tu no meu mundo.
Fazendo-me Viver.


A ti, Shu. *08